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As três coisas mais difíceis



Participei de uma corrida de aventura no último fim de semana e confesso que, mesmo não sendo muito longa, eu sofri bem mais do que esperava. Depois da prova me lembrei de várias conversas que já tive outros atletas, e percebi que existem opiniões bem diversas sobre várias coisas, mas há uma certa unanimidade quanto ao fato de que as corridas de aventura não são fáceis.


O pré-prova já é bem complicado. Treinar, se alimentar direito, descansar, fechar a equipe, preparar os equipamentos e mantimentos, pagar as taxas de inscrição, conseguir liberações no trabalho, fazer negociações domésticas e se deslocar até os locais de prova (ida e volta) é um conjunto de itens que dá início à lista das dificuldades.


Em seguida vem as dificuldades físicas da prova. Subir e descer morro, varar mato, andar na lama, no mangue e outros terrenos adversos, encarar o vento, a chuva e o sol, carregar o próprio corpo, os equipamentos e mantimentos e, por consequência sentir calor, frio, fome, sede, fadiga e sono, são coisas árduas, que aos poucos vão se tornando “normais” (se é que dá pra chamar assim). Com o passar do tempo, o aumento das dificuldades físicas é meio que diretamente proporcional ao prazer que os atletas sentem. É uma parada meio masoquista mesmo.


Além disso, tem ainda o desafio intelectual da orientação. Se perder e se reencontrar nas trilhas, usando somente mapas e bússolas à procura de pontos de controle e áreas de transição é algo que os corredores de aventura já esperam de uma boa prova. Dizem até que encontrar um PC depois de um tempo perdido, equipara-se a encher o tanque de combustível de um automóvel para poder continuar uma viagem longa.


Ter que desistir é outra coisa difícil de engolir. Situações de fadiga, perigo, crise interna na equipe, ou outras que levam à desistência, são sempre traumáticas. Mas independente disso tudo, vou elencar a seguir, as três coisas que eu considero as mais difíceis:


Ajudar - dispor de uma energia extra para ajudar um companheiro em dificuldades quando você já está no limite da fadiga, é algo que exige preparo físico e psicológico diferenciado. Já vi muita equipe desistir porque um integrante resolveu reclamar de outro ao invés de ajudar.


Ser ajudado - não é nada agradável ser puxando, empurrando ou ter algum equipamento seu sendo carregado por um amigo pra que você consiga continuar e que a equipe possa progredir ou ir mais rápido.


Pedir ajuda - todos os itens anteriores são difíceis, mas, chegar ao ponto de ter que pedir ajuda dos companheiros de equipe, sabendo que eles também já devem estar no limite… essa é a coisa que eu considero a coisa mais difícil numa Corrida de Aventura.


E você, já passou por muitas dificuldades? Deixe seu comentário…

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